O TERRENO DE TCHIZÉ NO TALATONA: FRAUDE OU FAVORITISMO ?
A deputada do MPLA Tchizé dos Santos tem sido virtuosa a animar debates nas redes sociais.
Bem-haja por isso !
Lamentavelmente, apesar das suas ofensivas ruidosas, Tchizé dos Santos auto-incrimina-se, ao invés de demonstrar a sua capacidade enquanto empresária e política.
Em reacção à matéria publicada pelo Maka Angola, a deputada-empresária pôs a circular provas de como obteve o crédito de 250 mil dólares $$ para a aquisição do terreno de 250 mil metros quadrados no Talatona.
Confirma ter vendidoo mesmo terreno por 18milhões $$ de dólares a uma empresa cujo nome afirma ter-se esquecido.
Pela mesma via, a deputada disseminou também a primeira página da certidão do registo predial, confirmando a Luzy –Sociedade de Gestão e Negócios Lda. como detentora do direito de superfície do referido terreno.
Com esta postura e a publicação destes documentos, nada abonatórios para a sua ventilada popularidade, Tchizé dos Santos apenas contribui para a descoberta da verdade material.
Vejamos:
Higino Carneiro
A 30 de Junho de 2004, o general Higino Carneiro, na altura coordenador da Comissão Administrativa de Luanda (governador), transferiu os 250 mil metros quadrados para a posse da empresa Luzy, detida em 68% por Tchizé dos Santos.
O “direito de superfície é atribuído a título gratuito”, lê-se no documento.
Por sua vez, ao Maka Angola, Tchizé dos Santos disse que tal documento “tinha erros” e que “na escritura final constou o valor pago”. Muito bem !
A certidão do registo predial menciona o valor pago pela Luzy, mas a deputada faz apenas circular a primeira página, omitindo a segunda, onde consta a data de emissão do referido documento.
Porquê ?
Divulga-se o contrato de concessão do crédito de 250 mil dólares, celebrado entre o BAI e Tchizé dos Santos. Contudo, este contrato data de 28 de Setembro de 2005.
Portanto, como enfatizaria Pepetela, o crédito foi aprovado um ano e três meses depois de o título de superfície ter sido concedido! Então, o Estado vendeu – a crédito – e ficou quinze meses à espera de ser pago ?
Hádois outros elementos reveladores no contrato.
Primeiro, o direito de superfíciefoi concedidoa uma empresa, Luzy, da qual Tchizé dos Santos era sócia maioritária.
Segundo, o crédito foi concedido individualmente a Tchizé dos Santos.
Tchizé emprestou o dinheiro à empresa ? Recebeu depois o dinheiro de volta ? Com juros ? Ou misturou tudo, empresa e Tchizé ?
Tchizé é a empresa, ou a empresa é Tchizé ?
O contrato foi assinado, por parte da Luzy, pelos outros dois sócios. Trata-se dos generais Alfredo Tyaunda e Clemente Conjunto, actual e respectivamente chefe da Unidade da Guarda Presidencial (UGP) e secretário de Estado dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria.
Enquanto oficiais da presidência e sócios, também partilharam dos lucros, ou não?
Ao Maka Angola, Tchizé dos Santos“esclarece que o general Alfredo Tyaunda na altura detinha o direito de usucapião do terreno, porque havia ocupado o mesmo por mais de 20 anos, como local de pasto do seu gado”.
Então, porque é que o terreno não foi concedido a quem tinha o direito de usucapião, ou seja, ao general Tyaunda ?
Porque teve de ser atribuído a Tchizé ?
E, pelo menos nas páginas que Tchizé revelou, não há indícios de qualquergarantia bancária.
Neste caso, se não há fraude, há sem dúvida favoritismo.
Como se ia emprestar dinheiro a uma jovem como Tchizé, sem qualquer garantia ?
Não conhecemos jovens que cheguem a um banco, recebam 250 mil dólares e não apresentemgarantias: uma hipoteca, um depósito bancário, o aval do pai… Tchizé não terá precisado de nada.
Porquê?Certamente não seria por ser filha do presidente da República…
Pressupõe-se que, nos arquivos onde se encontram os documentos agora divulgados, também deve existir uma cópia do contrato de compra e venda firmado com a tal empresa de cujo nome Tchizé dos Santos já não se lembra.
A sua memória apenas regista o valor da venda:18milhões de $$ dólares. Aguardamos também, de qualquer forma, a divulgação deste documento.
É sempre impressionante como só os filhos do então presidente José Eduardo dos Santos, dirigentes do MPLA e seus círculos muito próximos, conseguem fazer estes negócios brilhantes.
Deviam abrir uma escola de negócios na Baía de Luanda, para ensinarem a todos os angolanos a sua arte de fazer negócios.
O país desenvolver-se-ia a uma velocidade extraordinária e Angola teria tantos milionários quanto cogumelos.
Acresce a tudo isto que o general Tyaunda ainda ocupa o mesmo cargo de chefe da Unidade de Guarda Presidencial (UGP), mesmo depois de todas estas trocas e baldrocas. Não paramos de nos espantar !
Saudamos, portanto, a iniciativa da deputada e o seu esforço no sentido de apresentar mais provas e nos elucidar sobre o seu brilhantismo enquanto empresária.
Aguardamoscom expectativa mais esclarecimentos da deputada do MPLA.
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